Foto: Galeria Distribuidora
A MELHOR MÃE DO MUNDO, dirigido por Anna Muylaert, traz à tona um tema terrível, mas realista e muito atual: a violência doméstica.
A história apresenta Gal (Shirley Cruz), uma mulher que vive da coleta de materiais recicláveis (aqui no RS a gente chama estes trabalhadores de papeleiros), mãe de dois filhos, a pré-adolescente Rihanna (Rihanna Barbosa) e o pequeno Benin (Benin Ayo), de apenas 5 anos de idade. Ela mantém um relacionamento com Leandro (Seu Jorge), um policial agressivo e dominador.
Certo dia, cansada das agressões e abusos, Gal decide fugir com os seus filhos, iniciando uma jornada pelas perigosas ruas de São Paulo, dormindo na carroça ou em praças...Gal diz para os filhos que eles estão em uma aventura especial, enquanto procura achar uma solução para os seus problemas, mas sem tentar estragar a infância de Rihanna e Benin. O objetivo é tentar chegar na casa de uma prima, em Itaquera, sabendo que Leandro está em seu encalço.
A trama até evoca o premiado, mas ruim, “A Vida É Bela” (1997), em que um pai judeu inventa uma realidade para proteger o filho do horror do campo de concentração. Em sua jornada, Gal cria aventuras, competições e brincadeiras para que os filhos não sofram por dormirem em uma calçada, não terem o que comer ou tomarem banho na fonte de uma praça.
A atuação de Shirley Cruz é poderosa, forte, transmitindo sofrimento e desespero – principalmente aos notarmos que a atriz impõe a sua personagem um tique nervoso em um dos olhos. As crianças também dão um show de fofura em suas atuações. E Seu Jorge surge cruel, manipulador, cínico.
“A Melhor Mãe do Mundo” dá o protagonismo para uma mulher, símbolo de tantas outras espalhadas por este Brasil, que sofrem com a violência de seus parceiros, a pobreza, a dificuldade de criarem sozinhas seus filhos. O filme é uma porrada de realidade.
Cotação: excelente
Duração: 106min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=EMbuYuMeWzM