quarta-feira, agosto 13, 2025

“OS CARAS MALVADOS 2” (The Bad Guys 2)

Foto: Universal Pictures
“OS CARAS MALVADOS 2” (The Bad Guys 2), é uma animação com direção de Pierre Perifel e Juan Pablo Sans, cuja história transcorre cinco anos após os eventos da primeira parte, que mostrava uma gangue de ladrões formada por um grupo de animais.
Agora, nesta segunda parte, o Sr. Lobo e seus companheiros, uma piranha, um tubarão, uma cobra e uma tarântula, decidiram se tornar honestos, e viver uma vida longe dos crimes. Porém, encontram dificuldades em ser aceitos pela sociedade, devido aos seus passados.
E quando lutam para ganhar a confiança das pessoas, eles são envolvidos em um crime quando um bando de mulheres bandidas os força a fazer um serviço perigoso. A trupe, então, com contrariedade, aceita realizar o que é pra ser um último trabalho fora da lei.
A aventura animada diverte o espectador, seja ele criança ou adulto, através de piadas bem sacadas, personagens simpáticos e divertidos.
Cotação: Bom
Duração: 1h44
Trailer:

“OS ENFORCADOS”

Foto: Paris Filmes
“OS ENFORCADOS” é dirigido por Fernando Coimbra (O Lobo Atrás da Porta, Narcos, Perry Mason), e foca no submundo do crime, dos patrões do jogo do bicho.
A trama tem como protagonistas o casal Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal, simplesmente deslumbrante), que vivem confortavelmente numa mansão que está constantemente em obras na zona oeste do Rio de Janeiro, graças ao império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele.
Valério, que acredita ter mantido suas mãos limpas, precisa lidar com as pendências de sua família, em um meio que obedece a leis próprias. Incentivado pela ambiciosa mulher, ele tenta uma jogada que ambos consideram infalível. A ideia é dar um golpe no tio, vivido por Stepan Nercessian, e assumir o controle dos negócios do parente. Mas para tanto, o tio deve desaparecer.
Então a trama entra numa vibe de “Fargo”, com as situações se atropelando e se agravando, fazendo com que Valério e Regina se afundem cada vez mais em desconfianças e mentiras.
“‘Os Enforcados’ é, antes de tudo, sobre um casamento”, afirmou o diretor Fernando Coimbra. “O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam”, disse.
O cineasta inspirou-se em “Macbeth”, de William Shakespeare, mas quis contar a história pela perspectiva de Lady Macbeth. Em “Os Enforcados”, como na peça, os dois personagens se veem presos em uma escalada de ambição e violência, em uma tragédia à brasileira, com uma boa dose de humor ácido. “O jogo do bicho é um pano de fundo para retratar esse universo corrupto que eles habitam. Mas o filme é construído em cima dos personagens”, diz o diretor. “Ele disseca essas personalidades em todas as suas camadas e explora essa dinâmica de jogo de poder que a grande maioria das relações passionais tem.”
A ideia do filme começou a surgir ainda durante as filmagens de “O Lobo Atrás da Porta”, quando Coimbra passava pela Barra da Tijuca a caminho de locações. “A gente tem um índice de criminalidade gigante, uma desigualdade de renda absurda, mas o audiovisual tende a olhar para o crime na parte baixa da pirâmide: a periferia, o subúrbio, a comunidade. E onde está o dinheiro? Boa parte da nossa elite é extremamente corrupta. São aqueles que se declaram cidadãos de bem, mas na verdade fazem muita coisa ilegal para enriquecer”, lembrou.
Cotação: ótimo
Duração: 2h03
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=doi7yU5YKew

“NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE”

Foto: Ocean Films
“NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE” é um documentário dirigido por Sandra Kogut, e gravado ao longo de todo o ano eleitoral de 2022, que teve a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro, então o mandatário desde 2019.
Aquele ano conturbado, apenas dois anos depois do início da pandemia da Covid-19, mostrou uma população angustiada, dividida entre bolsonaristas e esquerdistas.
A narrativa do documentário é construída em meio a um Brasil em ebulição, marcado pela disseminação de fake news, medo do futuro e desconfiança nas instituições.
O filme acompanha de perto os meses turbulentos do período eleitoral que culminaram na invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF, no dia 8 de janeiro de 2023. Através do olhar e da vivência de alguns personagens envolvidos no processo das eleições, mergulhamos num Brasil de tensão e expectativa, onde coexistem realidades paralelas, que têm dificuldade de se enxergar mutuamente. Um registro de um momento na história do país onde a democracia esteve seriamente em jogo.
A proposta do documentário é colocar em foco aqueles que geralmente permanecem nos bastidores: cidadãos anônimos, voluntários e trabalhadores do processo eleitoral que fizeram a democracia acontecer em meio à crise. Com personagens espalhados por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Belém e Anajás (na Ilha de Marajó), a produção apostou em uma estrutura híbrida de filmagem, utilizando recursos como videoconferências para registrar os depoimentos em tempo real, inclusive durante os acontecimentos de 8 de janeiro.
Para Sandra Kogut, o filme é uma forma de olhar para um passado recente com o distanciamento necessário para compreendê-lo. “Sabia que era um momento importante para nós brasileiros, com tanta coisa séria em jogo. Um dia vamos querer explicar para nossos filhos o que foi esse momento que, às vezes, parecia tão absurdo. Pensava: coitado dos professores de história no futuro”, comenta a diretora.
“Quanto mais o tempo passa e vamos entendendo o perigo que a nossa democracia correu nas últimas eleições, mais rica é a experiência do filme. Ele vai ganhando novas camadas, ganhando mais complexidade. Porque as eleições de 2026 já estão ali na esquina, o assunto já dominou o noticiário, e ao mesmo tempo estamos vivendo os desdobramentos e as consequências da tentativa de golpe nas últimas eleições. O país está de olho. E a experiência do filme nos faz mergulhar nisso tudo de novo. Acho importante poder fazer isso nesse momento.”, completou a diretora.
Cotação: ótimo
Duração: 1h44
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YJpEs6dctqg

sexta-feira, agosto 08, 2025

“DRÁCULA: UMA HISTÓRIA DE AMOR ETERNO” (Dracula: A Love Tale)

Foto: Paris Filmes
O FRANCÊS LUC BESSON RESOLVEU RECONTAR A HISTÓRIA DO CONDE VLAD em “Drácula: Uma História de Amor Eterno” (Dracula: A Love Tale). A trama fez algumas alterações na história criada por Bram Stocker, lançado em 1897. Ao invés da sombria e nevoenta Londres, a ação ocorre agora em Paris do Século XIX e nada do Professor Van Helsing aqui – agora o caçador de vampiros é o padre interpretado por Christoph Waltz, que está em busca do Conde Drácula (Caleb Landry Jones).
O vampiro não superou a morte de sua amada esposa Elisabeta (Zoë Bleu Sidel) no Século XV, assassinada pelos turcos. Desiludido por ter seguido as regras de deus e se achando traído, ele renunciou ao cristianismo e, amaldiçoado, se transformou em um vampiro, que vaga pelo mundo solitário, mas armando um exército de vampiros.
Até que contrata os serviços do jovem advogado Jonathan Harper (Ewens Abid), cuja esposa, Mina, lembra sua falecida Elisabeta. Então, Drácula decide ir atrás de Mina, pois acredita que ela possa ser a reencarnação de Elisabeta.
A versão de Besson segue alguns passos do livro de Stocker, mas toma muitas liberdades criativas. O que não desmerece o filme, mesmo porque já houve muitas versões da história, que é de terror, mas também de amor infinito.
Porém, o diretor poderia ter mais cuidado na preparação do visual do Conde Drácula. Simplesmente, ele ficou igual ao vampiro interpretado por Gary Oldman em “Dracula de Bram Stocker”, dirigido por Francis Ford Coppola em 1992.
Cotação: bom
Duração: 2h09
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DJLDHYN5rs8

“A HORA DO MAL” (Weapons)

Foto: Warner Bros.
“A HORA DO MAL” (Weapons) é dirigido e roteirizado por Zach Cregger, em história que remete a duas fábulas, “Peter Pan” e “O Flautista de Hamelin”.
A história começa em uma madrugada de quarta-feira, quando exatamente às 2h17min, 17 crianças saem de suas casas, correndo por livre e espontânea vontade, sem qualquer sinal de violência, muitas flagradas pelas câmeras de vigilância, e nunca mais são vistas. Elas estudam na mesma turma no colégio, e apenas um dos alunos permanece em casa, intacto.
A comunidade passa a procurar respostas para o sumiço das crianças, quem estaria por trás do desaparecimento, teriam sido raptadas, mortas?
Sem encontrar algum sentido, os moradores passam a culpar a jovem professora Justine Gandy (Julia Garner), que se torna o alvo do ódio coletivo. Todas as crianças eram seus alunos, e os pais, certos de que ela é a vilã, insistem em culpá-la, até mesmo a acusando de bruxaria, como se estivessem na Idade Média.
O filme retrata com habilidade a transformação da comunidade, a paranoia que passa a tomar conta dos moradores, que sem respostas, agem irresponsavelmente.
Os destaques ficam por conta das atuações fabulosas de Julia Garner (a Ruth, do seriado Ozark). Sua personagem, mesmo pressionada para ficar em casa para não sofrer agressões, procura entender o que ocorreu, tentando achar pistas para o sumiço das crianças. E Josh Brolin como Archer Graff, um pai arrasado pelo desaparecimento do filho, perde totalmente a noção de realidade, e passa a praticar atos de vandalismo, arriscando provocar algo mais grave. O elenco também conta com Alden Ehrenreich, Austin Abrams, Cary Christopher, Benedict Wong e Amy Madigan, esta simplesmente sensacional, como a tia idosa de um dos personagens.
“A Hora do Mal” é um excepcional filme de terror, explorando medos tanto infantis como adultos. Afinal, toda a criança tem verdadeiro pavor de ser levada por um estranho, enquanto os pais sofrem com a possibilidade de seus filhos desaparecem, sem deixar rastros.
Até mesmo a virada sobrenatural que acontece é muito bem amarrada e apavorante. Para ver e rever.
Cotação: excelente
Duração: 2h08
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=I44Tp3TbtaY

“JUNTOS” (Together)

Foto: Diamond Filmes
“JUNTOS” (Together) é o primeiro longa-metragem do diretor neozelandês Michael Shanks, conhecido pelo curta ‘Rebooted’ (2019), e inspirado em obras de cineastas como de David Cronenberg. A trama traz como protagonistas os produtores do projeto, Alison Brie e Dave Franco (irmão de James Franco), que também são um casal na vida real.
A história é sobre o casal Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie), que após oito anos juntos, decidem largar a cidade grande e se mudar para um pequeno vilarejo. Ele é um músico frustrado, buscando o sucesso, apesar de já ter passado dos 30 anos, enquanto que Millie é oposto, pois amadureceu, é professora, tem seu carro próprio, emprego fixo.
Mas na pequena cidadezinha, ao fazerem um passeio pela floresta, acabam caindo em uma caverna, ficando ali por quase 24 horas. Ao saírem do buraco, suas vidas começam a ser afetadas drasticamente – algo sobrenatural na caverna invadiu os seus corpos, e o casal começa a sofrer uma transformação. Seus corpos passam a se grudar, mas eles não entendem o que está acontecendo, e começam a ficar à beira da loucura.
“Juntos” une muito bem o terror com momentos de comédia, falando sobre a união de duas pessoas que se amam e se completam – e ajuda o fato de Alison Brie e Dave Franco serem casados na vida real, pois a química é natural.
Cotação: ótimo
Duração: 1h42
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=9DlM58879hs

“A MELHOR MÃE DO MUNDO”

Foto: Galeria Distribuidora
A MELHOR MÃE DO MUNDO, dirigido por Anna Muylaert, traz à tona um tema terrível, mas realista e muito atual: a violência doméstica.
A história apresenta Gal (Shirley Cruz), uma mulher que vive da coleta de materiais recicláveis (aqui no RS a gente chama estes trabalhadores de papeleiros), mãe de dois filhos, a pré-adolescente Rihanna (Rihanna Barbosa) e o pequeno Benin (Benin Ayo), de apenas 5 anos de idade. Ela mantém um relacionamento com Leandro (Seu Jorge), um policial agressivo e dominador.
Certo dia, cansada das agressões e abusos, Gal decide fugir com os seus filhos, iniciando uma jornada pelas perigosas ruas de São Paulo, dormindo na carroça ou em praças...Gal diz para os filhos que eles estão em uma aventura especial, enquanto procura achar uma solução para os seus problemas, mas sem tentar estragar a infância de Rihanna e Benin. O objetivo é tentar chegar na casa de uma prima, em Itaquera, sabendo que Leandro está em seu encalço.
A trama até evoca o premiado, mas ruim, “A Vida É Bela” (1997), em que um pai judeu inventa uma realidade para proteger o filho do horror do campo de concentração. Em sua jornada, Gal cria aventuras, competições e brincadeiras para que os filhos não sofram por dormirem em uma calçada, não terem o que comer ou tomarem banho na fonte de uma praça.
A atuação de Shirley Cruz é poderosa, forte, transmitindo sofrimento e desespero – principalmente aos notarmos que a atriz impõe a sua personagem um tique nervoso em um dos olhos. As crianças também dão um show de fofura em suas atuações. E Seu Jorge surge cruel, manipulador, cínico.
“A Melhor Mãe do Mundo” dá o protagonismo para uma mulher, símbolo de tantas outras espalhadas por este Brasil, que sofrem com a violência de seus parceiros, a pobreza, a dificuldade de criarem sozinhas seus filhos. O filme é uma porrada de realidade.
Cotação: excelente
Duração: 106min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=EMbuYuMeWzM

“OS CARAS MALVADOS 2” (The Bad Guys 2)

Foto: Universal Pictures “OS CARAS MALVADOS 2” (The Bad Guys 2), é uma animação com direção de Pierre Perifel e Juan Pablo Sans, cuja histó...